top of page
Buscar
  • Foto do escritorAdam Oliveira

Digo com tranquilidade. . .

Você deve estar acostumado a ouvir o "Digo com tranquilidade...", fala da personagem Rogerinho do Ingá no programa Choque de Cutura e interpretado por Caito Mainier.


Lembra diversas vezes que está com a consciência tranquila ao afirmar certas coisas. Mas quero te convidar a se perguntar de onde vem essa tranquilidade dessa personagem, vamos lá?



Nossas vidas são cheias de tentativas de conviver com outras pessoas, mas pra isso segue em tópicos algumas condições, se liga:


  • Colocar nossos interesses na mesa.

  • Nossos interesses devem ser atendidos.

  • Encontrar o menor grau de atrito entre nós e os outros.


Seguindo essas condições nós somos altamente desafiados a ficar passando por situações onde nem sempre teremos tudo o que desejamos.


Assim vamos experimentando as frustrações e construindo a percepção de coisas possíveis e impossíveis para nós.


A tarefa no fim se transforma em procurar o terceiro critério com alta prioridade; atender nossos interesses com o menor grau de atrito.


Mas é aí que se encontra o primeiro perigo. Buscar o cenário sem atrito, encontrar meus "iguais".


Encontrei resistência contra o que eu penso, então procuro quem pensa como eu.

Mas, se nós não temos resistência na mesa, ficamos cada vez mais acostumados a ignorar a presença dos outros. A prática se torna hábito.


No entanto há um elemento contra nós nesse jogo de diplomacia; a ilusão de acerto. Nesse caso acontece quando nós ficamos confortáveis em uma sensação de que somos expert em encontrar o que agrada o interesse de todas as partes.



Voltemos para a personagem de Caito Mainier, ele não só evitou as resistências como também procurou se cercar de pessoas que pensassem de maneira parecida com a dele. Criou uma bolha de autoconvencimento e se cercou de certezas sobre a vida.



Segue tranquilo. Sem resistências.


Se eu consigo viver desse jeito, é porque a vida é como eu a vejo.

Agora que, talvez, você entende que Rogerinho do Ingá escolheu desviar de ser diplomático; vem comigo pensar em como isso pode ser perigoso socialmente.


O enviesamento das opiniões entre as pessoas cria espaço para pseudo explicações sobre a vida, o mundo e qualquer outro assunto que você tente imaginar. Cria um espaço blindado contra a entrada de fatos verificáveis, pois é um espaço construído em terreno subjetivo e pessoal.


 

Pandemia de COVID-19



Julgar a iminência de risco da Pandemia baseado na própria percepção é um erro, um erro muito grave.


Você sequer conhece todos os seus vizinhos em suas vidas particulares, quem dirá ter capacidade de julgar a gravidade e a possibilidade de mensurar o risco de contaminação e propagação de um vírus.


É extremamente complicado que você tente explicar a realidade do que está havendo ao redor do mundo com base em sua pequeníssima amostra de realidade. Sua própria vida.


Durante a formação dos profissionais de saúde, eles são estimulados a vencer o julgamento próprio para dar espaço ao que chamamos de escuta qualificada.


Isso é assim para que não haja interferência pessoal sobre os fatos a sua volta, já que um pesquisador pode tanto desejar encontrar uma cura que um único caso de sucesso pode fazer ele acreditar que pode curar a todos dali em diante.


A área da saúde é muito rigorosa, não é perfeita porque é extremamente difícil permanecer imparcial e ético. Nós da saúde somos cobrados a vencer nosso excesso de certeza.


Você não tem garantias de que você passará bem pelo adoecimento. Evite.

Portanto vamos achatar a curva, duvide de suas certezas, fique em casa.



@adampsicologo

13 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page